Sonoplastia
A sonoplastia é de suma importância na atividade teatral. O sonoplasta espírita, em primeiro lugar, deve seguir todas as recomendações gerais dadas acima ao espírito-espírita. Além disso, o estudo de técnicas, teorias teatrais e principalmente música é fundamental. Quanto às suas tarefas específicas, é necessário que o sonoplasta possua um repertório musical minimamente diversificado, para que possa fazer de sua atividade um instrumento de ampliação do sentimento da cena. Lembrando-se sempre de que as músicas e sons utilizados devem estar intimamente ligados ao que acontece na cena, o sonoplasta deve acompanhar o texto passo a passo e estudá-lo também, a fim de desempenhar cada vez mais satisfatoriamente sua tarefa.
Como a nossa peça possui uma linha estética naturalista/realista, a sonoplastia escolhida auxilia esse efeito, transmitindo os dramas psicológicos das personagens. Assim, decidimos usar em nossa peça músicas espanholas clássicas, violão clássico, violino, tambores, castanholas. Tomamos como referência a peça teatral “A casa de Bernarda Alba” e um filme dessa obra, que, apesar de não serem tão ricos em conteúdos para sonoplastia, possibilitaram ideias para que fizéssemos algo mais inovador.
O tipo de sonoridade utilizada no espetáculo varia de acordo com o ambiente e situações marcantes. No primeiro ato temos um clima mais tranquilo, utilizaremos algo mais leve. Relembrando: são todos sons espanhóis. Na entrada de Bernarda o clima normalmente se altera, pois ela torna tudo muito mais tenso para a peça, então o toque musical também altera. Efeitos sonoros de tensão são normalmente colocados em frases muitos fortes da personagem, que estão presentes durante os 3 atos. A sensualidade também faz parte da peça, durante o primeiro ato representaremos o desejo de Adela por Pepe Romano e, claro, não podia faltar a sonoplastia para isso. No segundo ato já temos algo mais pesado e também perturbador, demonstra mais a opressão que as mulheres tem que suportar e a tensão também é bastante marcante; O terceiro ato começa muito mais tranquilo do que a forma como acabou o segundo, com os gritos e sons de desespero; Neste último ato temos latidos de cachorros representando a entrada de um “intruso” na casa, som de tristeza e tensão ao mesmo tempo e por esse ser o ato mais trágico da peça, escolhemos algo mais melancólico e que proporcionasse essa sensação para o público.
Confira exemplos de sonoridade da peça no link: https://www.youtube.com/watch?v=YPonJTVPuWk